Artesã denuncia “privatização” da feira da Praça Loyola em Barra Velha; artesãos são cobrados para expor
Artesãos de Barra Velha estão revoltados com a Prefeitura da cidade, que segundo eles, está “privatizando” um espaço público ao permitir que a tradicional feira de artesanato da Praça Lauro Carneiro Loyola, a Praça da Lagoa, cobre inscrições de R$ 50,00 para que os expositores possam instalar lá suas barracas nos dias específicos da feira. “Estão cobrando para os artesãos expor em uma praça que é pública, onde a feira responsável pela arrecadação do dinheiro é de fora, e a feira sendo privada teria que alugar um espaço”, reclama uma das artesãs, que pediu para não ser identificada, por receio de represálias. Ela enviou ao portal um print das mensagens enviadas aos interessados, já com o valor cobrado pelo ingresso para expor durante a atração.
“Uma expositora mandou mensagem para mim, triste, porque está começando, e terá que pagar por uma feira que nem é daqui”, relaciona. “O espaço é público, e me dói o coração ver uma coisa dessas. e se você tu ires nessa nessa feira aí, 80% é pessoal de fora, e o pessoal daqui que é para valorizar, não dão a atenção devida, deixam uma coisa dessas acontecer”, pontua. A artesã ainda questiona qual a lei que ampara a “privatização” do espaço público, e também se de fato, a Prefeitura autorizou o evento.
Em resposta ao Barravas Online, a assessoria de Comunicação da Prefeitura confirmou que há a cobrança, mas seria específica para quem quiser expor num evento programado para dia 2 de novembro. Essa feira do dia 2, segundo a assessoria, é uma iniciativa de artesãos integrantes de uma associação da categoria. A feira tradicional, entretanto, segue no segundo e quarto finais de semana de cada mês, é promovida pela Fundação de Turismo, Esporte e Cultura (Fumtec). “Os organizadores enviaram um ofício solicitando o espaço da praça para esse evento do dia 2. Nas demais feiras, organizadas pela Fumtec, não tem valor nenhum para participar”, afirma a assessoria da Prefeitura em nota.